terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

A existência exige um rigor permanente capaz de promover e reformar vertentes da ousadia dentro de nós. O fato de existir, por si só, requer base para metabolizar e digerir eventos inerentes à desgraça humana. Há uma constante relação entre o nosso respirar e o tempo: ora há percepção de um título de fidalgo ora nos damos conta de que não passamos de mais um marujo vivendo de solidão e velejando em decadência. Adianto que toda forma de aniquilamento dança conforme a incredulidade do existir e que, por mais dura que seja a aceitação, você continuará rodeado pela ímpar certeza da existência da diversidade de outros espíritos destrutivos. Sua essência helicoidal é apenas mais uma dentre tantas outras essências solitárias que aspiram um demolir helicoide. Não se iluda com as injúrias passageiras da podre existência. Não se dê por diferente, marujo.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Sussurrando uma entrega

Eu tenho sido bombardeada pelo que me elevava ao prazer. Todo esse contra-ataque repercute surrealmente em meu interior. A dor se potencializa ao atingir níveis inimagináveis, traduzem o inaceitável. Ao carregar constantemente toda espera, recaio na desesperança. Desesperança é desespero. Tudo é desesperadamente doentio. Sentimentos acompanham um segmento patológico, cuja disfunção se manifestará de acordo com o contexto em foco. Os contextos estão em contínua mudança, sendo que, agora, faz-me debruçar sobre lembranças, já que todo valor sentimental invariável está sujeito ao caos. Traz-me de volta a sutileza do meu caos. Envolve-me invalidando todo adeus. Busque em si toda poesia latente, aquela que floresce e exorna o teu amor. Eu aprendi a me acumular de ti: ocupa-me. Convença o tempo sobre o teu retorno, redefine tua presença desmedida e preenche o que cabe a ti devolver. Reforça o teu ofício de desmistificar o futuro, apesar de todo presente sombrio. Proíbe a dilaceração do completo "nós". Não tem sido justo o caminhar. Muda-o. Eu sou incapaz de persistir na realidade, pois tudo que é real tem me incendiado de impossibilidades. Eu necessito do teu eu; manifestado e ativo; caloroso e potente; sublime e adocicado. Através da tua existência eu pude consagrar meu próprio sopro de vida. Traga parte da minha existência que achou de conquistar e levar consigo. Todos meus sentidos estão em intenso combate, clamando altivamente pela tua proximidade. Eu preciso me reconhecer, eximir-me do mal que vivo. Que se conjugue a unidade que éramos. Por meio desta súplica eu exteriorizo minha implosão diária, aquela que compõe a razão de um sofrer imensurável. Por meio desta, eu simplesmente reafirmo o pulverizar de uma expectativa e aniquilo esperanças, porque nada mais me resta, apenas a certeza do que eu verdadeiramente sinto e de que isso vem, intensamente, me arruinando. Além da desesperança, desabafos também são desespero. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014


Às vezes é preciso abdicar da própria razão para interceder pela própria loucura. Tornar-se seu próprio intermediário parece ser a atitude mais sensata para buscar alguma salvação materializada. O vazio não deixa de ser. Não é cheio. Não é completo. É crônico. Vira súbito. Afunda e transpassa o que há de luz e assume a posição (pre)dominante.  Perder-se também é caminho. Aconteceu.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

E(x)ssência

Para momentos de turbilhão de sentimentos, instantes aleatoriamente distribuídos intimamente. O plasma assume forma, traveste-se de senso comum, adquire personalidade modelo. Solidão é fuga para os que lutam por si. É penitência aos que se entregam. Contudo, isso não é claramente exposto aos que insistem na infatigável missão de se auto reconhecer. É preciso recorrer às recorrentes situações críticas. A fragilidade te ronda e exige reação. Vou encontrar a saída. Sem prazo. A saída. Sem precipitação. Minha essência se esvaiu. Saí.

domingo, 25 de agosto de 2013

Knives Out

Teoria da Relatividade. Tu tens uma missão. Maldita distração. Cinco macacos. Ciclo inquestionável. Volte e se concentre. Hume. Prisão. Impotência. Condução de pensamentos. O que é liberdade? Algemada. Regulação social. Instinto. Efeito Doppler. Intrinsecamente. Empirismo sensorial. Fascista. Rebele o meu eu. Deixe estar. Inaceitável. Conhece-te. Supera-te. Tudo não passa de tendências. Eu nunca consegui. Perca-se em meio aos ruídos. Assombrar. Vantagem de ser em si. Tu és teu. Conduz o que te excita. Buraco negro. Sucumbir. Lata de lixo. Místico. Desigual. Promessa de apropriação. Devolva com frieza. Entregue-se. Voltaire. Defesa. Esforça-te em me querer. Suicídio Anômico. Foge de ti.

domingo, 18 de agosto de 2013

Nada mais do que respeito

Analisando-se o decorrer de gerações, é notável a semelhança entre as suas respectivas sociedades. Semelhanças estas que se baseiam em princípios, valores e padrões preestabelecidos, os quais disseminam-se como tumores malignos nas diversas condutas sociais. Cenas frequentes de violência e desrespeito contra as que desde os primórdios foram tachadas como o "sexo frágil", introduziram-me um ar revoltoso mediante à realidade da mulher na sociedade. Como já é de conhecimento unânime, a busca pelo espaço feminino no "habitat de machos alfa" tem sido uma missão desgastante, visto que em um meio social de Estatuto do Nascituro, desigualdade de salários, criminalização do aborto e eufêmicos assobios desrespeitosos, a realidade não seria diferente. O mundo promoveu a completa distinção entre os sexos. Aquela que subjuga e violenta a mulher em seu dia a dia. Vivemos a mácula do machismo e da heteronormatividade herdada pela ignorância do passado, fazendo com que absurdos ainda sejam evidenciados. O caráter machista, em sua vertente de se sentir dominante e ter direito sobre os outros, está diretamente ligado a patologias sociais, como o estupro, a violência doméstica, as "cantadas", entre outras diferentes formas de abuso. Será tal distinção entre os sexos uma forma sadia de viver em sociedade? A padronização da submissão é ideal para uma vida no século XXI? Acredito que não. Acredito que não haja mais lugar para esses grotescos comportamentos. Sendo assim, cabe a nós a revolução de credos que irá compor uma realidade igualitária. É inadmissível que o desrespeito para com as diferenças seja tratado como uma normalidade, até porque esta análise é símbolo da regressão de mentalidade.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Olha só aonde chegamos! Voltando-me para trás, a impressão que eu tenho é a de uma trajetória de resistência. Foi necessário insistir para hoje termos algo para relembrar. Reagimos para suportar um relevante e intenso período de tempo. É inegável que nos proporcionamos uma bárbara e nova visão da vida, principalmente por meio dos detalhes que nos fizeram crescer. Experiências únicas me incentivaram à sensibilidade racional e ao amadurecimento. Ficou claro que o acaso nunca se encaixou em nosso contexto, até porque sempre tivemos noção do que a liberdade verdadeiramente é. A capacidade de aceitar desafios, sem ter ideia de sua abrangência, nos reduz à vulnerabilidade, a nossa principal vilã. Ao chegar nesse ponto, tudo parece ter se resumido a cláusulas previamente acordadas e que te levarão às lamentações. E, apesar disso, você se arrisca e se une com quem pretende redesenhar uma história contigo. E redesenhou. E registrou na eternidade. E te concedeu percepções extrassensoriais. Eu amei. Eu amo.